Artigo
24 de out. de 2025
Quando os cliques de IA começam a consumir o seu orçamento de anúncios
Author: Rafael Lins
O novo navegador ChatGPT Atlas da OpenAI pode gerar cliques artificiais que imitam humanos, inflando custos de anúncios e distorcendo métricas. Saiba como identificar e se proteger.
O cenário da publicidade digital está prestes a mudar — novamente.
O novo navegador Atlas, desenvolvido pela OpenAI e integrado ao ecossistema do ChatGPT, promete revolucionar a forma como navegamos… mas também levanta um alerta vermelho para profissionais de SEO, mídia paga e analytics.
Segundo o Search Engine Land 👉, o Atlas é capaz de imitar cliques humanos reais, o que pode impactar diretamente o orçamento e as métricas de campanhas digitais.
Por que isso é importante
A chegada dos “usuários de IA” significa que agentes automatizados podem interagir com anúncios pagos e resultados orgânicos como se fossem pessoas reais — clicando, navegando e até convertendo em sites.
O problema?
Esses eventos ainda não são detectáveis por sistemas de detecção de bots, o que pode inflar custos, distorcer métricas e comprometer decisões baseadas em dados.
O impacto direto para profissionais de marketing
Gastos publicitários inflados
Os cliques gerados por navegadores de IA acionam os mesmos mecanismos de cobrança de redes como Google Ads e Meta Ads.
Isso pode gerar CPM e CPC artificiais, drenando o orçamento sem retorno real.
Dados analíticos comprometidos
Se esses “usuários de IA” navegarem de forma semelhante a humanos, as plataformas de análise (GA4, Looker Studio, etc.) registrarão eventos como visitas legítimas, corrompendo métricas como taxa de conversão, tempo médio e CAC.
Atribuição confusa e decisões imprecisas
Com o aumento de cliques não humanos, os modelos de atribuição passam a superestimar canais pagos e subestimar fontes orgânicas reais.
Isso cria uma falsa sensação de performance e impacta o planejamento estratégico.
Como identificar o tráfego orientado por IA
Monitore picos de tráfego anormais: períodos de alta repentina em sessões ou cliques sem aumento correspondente em conversões.
Analise padrões de comportamento: visitas com duração idêntica, interações mínimas ou cliques concentrados em horários atípicos.
Compare fontes de tráfego: se o aumento vem de “referers” desconhecidos ou regiões improváveis, pode indicar navegação automatizada.
Avalie métricas de engajamento real: downloads, formulários e eventos de scroll são bons filtros contra tráfego de baixa qualidade.
O que você pode fazer agora
Implemente sistemas de detecção comportamental, que analisam movimento do cursor, tempo de leitura e eventos de foco na aba.
Use parâmetros de rastreamento avançados (UTM + server-side tagging) para diferenciar acessos orgânicos, pagos e automatizados.
Configure alertas no GA4 e Google Ads para detectar variações abruptas de CTR ou CPC.
Reporte dados suspeitos às redes de anúncios — quanto antes, melhor.
Invista em first-party data e logins autenticados, reduzindo a dependência de métricas frágeis.
O futuro: tráfego de IA se passando por humano
Com a ascensão de navegadores agentic como Atlas (OpenAI) e Comet (Perplexity), entramos em uma nova era de interação digital, em que as inteligências artificiais navegam, clicam e aprendem com os mesmos ambientes que os humanos.
Para profissionais de marketing, isso exige uma nova mentalidade:
não apenas mensurar o tráfego, mas entender sua natureza — se ele vem de pessoas reais ou de algoritmos inteligentes.
Como a Ad Rock está se preparando
Na Ad Rock, já monitoramos o impacto dos LLMs navegacionais (como o Atlas e o Comet) sobre tráfego e anúncios, desenvolvendo sistemas internos de rastreamento e classificação de acessos por IA.
Essas ferramentas fazem parte do nosso compromisso com transparência de dados e proteção de investimento publicitário.
Se sua marca quer se antecipar a essa nova realidade, entre em contato conosco e descubra como adaptar suas campanhas e métricas à era da IA nos navegadores.





