19 de dez. de 2025
Go back
AEO, LLMs e o futuro do SEO: lições de Dharmesh Shah para a era da busca por IA
A visão de Dharmesh Shah sobre AEO, LLMs e reputação algorítmica. Como empresas devem adaptar SEO para a era da busca por IA e evitar riscos de longo prazo.
A forma como pessoas descobrem informação está mudando rapidamente. A busca tradicional, baseada em listas de links, está sendo complementada — e em alguns casos substituída — por motores de resposta baseados em IA, como ChatGPT, Perplexity e AI Overviews do Google.
![]() | Em uma conversa recente, Dharmesh Shah, cofundador e CEO da HubSpot, trouxe uma visão extremamente clara sobre esse momento de transição: o SEO não morreu — mas está evoluindo para algo maior, que muitos chamam de AEO (Answer Engine Optimization). |
Este artigo resume os principais pontos dessa visão e traduz o impacto prático para empresas, produtores de conteúdo e times de marketing.
Da Internet ao SEO — e agora à IA
Quando a HubSpot surgiu, o desafio era democratizar a Internet para pequenos negócios.
Segundo Dharmesh, estamos vivendo exatamente o mesmo momento agora com a IA.
Assim como aconteceu com a web:
no início parecia complexa e inacessível
depois se tornou obrigatória
quem ficou de fora perdeu competitividade
Com IA, o risco é ainda maior: a reputação construída nos algoritmos agora tende a ser duradoura.
Uma má reputação algorítmica — seja no Google ou nos LLMs — é difícil de reverter.
AEO não é “enganar a IA”, é ajudar o algoritmo
Dharmesh reforça um princípio que já guiava o SEO sustentável desde o início:
A melhor forma de ranquear é merecer ranquear.
No passado, muitas estratégias tentaram “driblar” o Google com:
keyword stuffing
links artificiais
páginas duplicadas
Essas táticas falharam no longo prazo.
O mesmo vale agora para IA.
Tentar manipular LLMs com conteúdo de baixa qualidade, automação cega ou spam não gera retorno zero — gera retorno negativo.
A mudança da unidade de conteúdo: de páginas para respostas
No SEO clássico, a unidade básica era a página web.
Hoje, na era dos LLMs, a unidade passa a ser a resposta.
Modelos de linguagem:
consomem conteúdos
fragmentam informações
sintetizam respostas
citam trechos claros, objetivos e confiáveis
Conteúdos longos, genéricos e “meandrosos” têm menos chance de serem usados como base para respostas de IA.
O que muda na prática para o conteúdo
Segundo Dharmesh, conteúdos precisam ser traduzidos para o formato consumível por LLMs, assim como traduziríamos um conteúdo para outro idioma.
Boas práticas incluem:
respostas diretas e precisas
estruturas de perguntas e respostas
listas claras
blocos facilmente citáveis
definição explícita do que o conteúdo responde
Não é abandonar humanos — é reconhecer que LLMs agora consomem conteúdo em nome deles.
AEO é evolução do SEO, não substituição
Um ponto crucial da visão apresentada é que os fundamentos continuam válidos:
autoridade
links
referências externas
estrutura técnica
arquitetura da informação
reputação acumulada
Ferramentas como Perplexity, por exemplo, ainda se apoiam em mecanismos clássicos de busca (como o Bing) antes de passar os resultados por um LLM.
Ou seja:
quem construiu reputação antes da IA entra em vantagem agora.
Conteúdo em “pedaços”, não apenas em páginas
Dharmesh defende um modelo mais modular de conteúdo:
a unidade atômica passa a ser uma pergunta + resposta
conteúdos longos devem ser quebrados em blocos reutilizáveis
esses blocos podem ser recombinados conforme o contexto
Isso facilita:
uso por LLMs
reaproveitamento
atualização
automação com controle
IA exige humanos no loop
Um dos alertas mais importantes da conversa é sobre o uso indiscriminado de IA.
IA é excelente para:
tradução
reformatação
automação
escala
Mas não substitui julgamento humano, especialmente em:
qualidade
ética
contexto
valor real para o usuário
Sem supervisão humana, o risco não é apenas errar — é prejudicar permanentemente a reputação digital da marca.
Reputação algorítmica é um ativo de longo prazo
Assim como no SEO tradicional, o pior cenário não é não ranquear.
O pior cenário é:
ser classificado como irrelevante
não confiável
spam
conteúdo de baixa qualidade
Esse tipo de rotulagem algorítmica tende a persistir — tanto em mecanismos de busca quanto em modelos de IA treinados sobre dados históricos.
O papel dos agentes de IA no futuro
Dharmesh também aponta que o próximo estágio da IA não são apenas chats, mas agentes:
agentes que executam tarefas
agentes que colaboram entre si
agentes que representam marcas
agentes que operam fluxos completos de negócio
Nesse cenário, conteúdo estruturado, confiável e modular será ainda mais importante — pois alimentará esses sistemas de forma direta.
Conclusão: AEO é responsabilidade, não atalho
A grande lição é clara:
AEO não é sobre “hackear” LLMs.
É sobre criar valor real, de forma clara, estruturada e confiável.
Empresas que tratam IA como atalho rápido correm risco.
Empresas que tratam IA como infraestrutura de distribuição de valor constroem vantagem competitiva.
Na Ad Rock, entendemos SEO orientado a IA como uma evolução natural da engenharia de informação, unindo:
SEO técnico
arquitetura
conteúdo de qualidade
governança
visão de longo prazo
Referência do conteúdo-base
Este artigo foi elaborado com base na conversa com Dharmesh Shah (HubSpot) sobre AEO, LLMs, reputação algorítmica e agentes de IA, conforme transcrição do vídeo .






