Artigo
8 de out. de 2025
Arquitetura técnica e frameworks dos AI Agents
Entenda a arquitetura técnica dos AI Agents, seus componentes, frameworks populares e como integrá-los em sistemas corporativos e de marketing modernos.
Os AI Agents são sistemas compostos por módulos interconectados que simulam um ciclo cognitivo completo: percepção, raciocínio, decisão e ação.
Por trás de uma interface simples, há uma arquitetura complexa que permite que eles interajam com dados, APIs e outros agentes de forma autônoma.
Neste artigo, vamos explorar como funciona a engenharia interna desses agentes, quais frameworks lideram o mercado e como integrá-los em ambientes corporativos e de marketing.
A base da arquitetura de um AI Agent
Todo agente de IA segue uma estrutura composta por quatro pilares fundamentais:
1. Interface (Input/Output)
É o ponto de entrada das interações.
Pode vir de um prompt em texto, um evento de sistema, uma API REST, uma automação (Zapier, n8n) ou até sensores IoT.
Responsável por interpretar a intenção e preparar o contexto inicial.
2. Memória
A memória é o que diferencia um chatbot de um agente autônomo.
Ela pode ser:
De curto prazo: guarda o contexto da conversa atual.
De longo prazo: registra histórico de decisões.
Vetorial: usa embeddings para recuperar informações semanticamente relevantes.
Frameworks como LangChain e LlamaIndex permitem integrar bancos vetoriais como FAISS, Pinecone e Weaviate, criando memórias que “lembram” fatos passados e aprendem com o histórico.
3. Decisão e raciocínio
Aqui ocorre o core logic: o modelo (LLM) analisa o contexto e escolhe a melhor ação com base em goals, tools e state.
É onde entram técnicas como:
ReAct (Reason + Act): raciocínio em cadeia de pensamento.
Plan-and-Execute: divide um objetivo em sub-tarefas autônomas.
Toolformer: uso inteligente de ferramentas externas durante o raciocínio.
Esses mecanismos garantem que o agente não apenas responda, mas planeje e aja com propósito.
4. Execução
Após decidir, o agente precisa agir — chamando APIs, gerando relatórios, controlando pipelines ou até interagindo com outros agentes.
Essa camada é onde se conecta com sistemas reais via HTTP requests, Webhooks, bancos de dados ou SDKs.
Tipos de arquiteturas de AI Agents
Arquitetura Reativa
Baseada em estímulo e resposta. Ideal para tarefas simples e imediatas (ex.: suporte automatizado).
Baixo custo, mas sem planejamento complexo.
Arquitetura Cognitiva
Combina raciocínio simbólico e aprendizado de máquina.
Usada em CrewAI, MetaGPT e OpenDevin, permite chains of thought mais longas e decisões persistentes.
Arquitetura Multi-Agente
Um conjunto de agentes que se comunicam entre si, como uma equipe digital.
Exemplo: um “Gestor de SEO” AI coordena agentes de “Redação”, “Análise de SERP” e “Performance”.
Os frameworks mais usados na prática
LangChain
Framework modular que conecta modelos de linguagem a fontes de dados, APIs e memórias persistentes.
📘 Documentação: python.langchain.com
AutoGPT
Executa objetivos complexos com base em prompts de alto nível.
Ideal para automações com supervisão mínima.
🔗 Repositório: github.com/Torantulino/Auto-GPT
CrewAI
Permite a colaboração de múltiplos agentes com papéis definidos (manager, worker, critic).
🔗 Repositório: github.com/joaomdmoura/crewAI
LlamaIndex
Conecta agentes a dados empresariais não estruturados com indexação vetorial.
🔗 Site oficial: llamaindex.ai
OpenDevin
Agente autônomo voltado para desenvolvimento de software e automação de código.
🔗 GitHub: github.com/OpenDevin/OpenDevin
O papel do MCP (Model Context Protocol)
Com o surgimento do MCP (Model Context Protocol), proposto pela Anthropic e adotado pelo OpenAI GPT-5, tornou-se possível padronizar a comunicação entre modelos, agentes e ferramentas externas.
O MCP define como os modelos compartilham contexto em tempo real, abrindo caminho para agentes que podem colaborar entre ecossistemas diferentes (Anthropic, OpenAI, Mistral, etc.).
🔗 Leia mais: modelcontextprotocol.io
Infraestrutura e deployment
Para hospedar e escalar agentes de IA, a infraestrutura precisa combinar baixa latência, persistência e segurança.
As principais opções incluem:
DigitalOcean → ideal para bots autônomos e backends Flask/FastAPI.
Vercel → excelente para front-ends Next.js integrados a agentes.
AWS Lambda / EC2 → escalabilidade avançada para execuções paralelas.
Supabase / Firebase → persistência e autenticação para memórias de agente.
Em ambiente corporativo, recomenda-se versionar os prompts e usar logs estruturados para auditoria das decisões do agente.
Testando e debugando AI Agents
Antes de produção, é essencial implementar monitoramento com métricas como:
Tempo médio por tarefa
Número de interações por objetivo
Tokens consumidos por sessão
Acurácia de execução
Ferramentas como LangSmith, Helicone e Weights & Biases permitem rastrear o raciocínio do agente, reproduzir erros e otimizar seu desempenho.
Conclusão
A arquitetura dos AI Agents é uma combinação de engenharia de software, IA e automação cognitiva.
Ela marca a transição do código procedural para sistemas que pensam, aprendem e colaboram.
👉 No próximo artigo (Parte 3), vamos explorar aplicações reais em marketing e startups, mostrando como os agentes estão otimizando SEO, campanhas e gestão de dados com autonomia.
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Parte 1 – O que são AI Agents e como estão transformando o trabalho digital
👉 https://adrock.com.br/blog/o-que-sao-ai-agents-e-como-estao-transformando-o-trabalho-digital
Resumo: Introduz os conceitos fundamentais dos agentes autônomos e explica por que eles representam a próxima evolução da automação digital.
Parte 3 – Aplicações práticas de AI Agents em marketing e startups
👉 https://adrock.com.br/blog/aplicacoes-praticas-de-ai-agents-em-marketing-e-startups
Resumo: Mostra como aplicar o conhecimento técnico da parte 2 em casos práticos de automação e otimização de processos de marketing e startups.