SEO e IA
12 de nov. de 2025
Google não está matando o Schema — mas o SEO precisa evoluir
Autor: Rafael Lins
Apesar dos rumores, o Google não está eliminando o uso de Schema. O que está mudando é o papel do structured data em um ecossistema dominado por IA generativa e respostas sem cliques. Entenda o que isso significa para sites, editores e estratégias de SEO.
Contexto: o que aconteceu
Nos últimos meses, vários profissionais de SEO começaram a especular que o Google estaria “matando o Schema.org”, após observar mudanças nas rich results e redução da visibilidade de certos tipos de dados estruturados nos resultados de pesquisa.
Mas, segundo Barry Schwartz no Search Engine Roundtable, isso não é verdade.
O Google não está descontinuando o uso de Schema, apenas está reduzindo a exibição pública de certos elementos visuais (como avaliações, FAQs e HowTos), enquanto mantém o processamento interno desses dados para entender melhor o contexto e a relação entre entidades.
O que o Google realmente disse
A equipe de pesquisa do Google confirmou:
“We’re not killing Schema. We continue to use structured data to understand content and entities on the web. Some result types just no longer show visually.”
Traduzindo:
“Não estamos eliminando o Schema. Continuamos usando dados estruturados para entender o conteúdo e as entidades na web. Alguns tipos de resultados apenas deixaram de aparecer visualmente.”
Ou seja: o valor semântico do Schema permanece — mesmo que a recompensa visual (rich snippets) não seja mais garantida.
Por que isso importa
A retirada de elementos visuais (como estrelas, FAQ, receitas ou tutoriais) reduziu o CTR de muitos sites, o que gerou a percepção de que “o Schema morreu”.
Na prática, o que está acontecendo é uma mudança de função:
Antes: o Schema era usado para embelezar o resultado de busca (estrelas, FAQs, carrosséis).
Agora: o Schema é usado para alimentar o modelo semântico e o AI Overviews, ajudando o Google a entender quem você é, o que oferece e como se relaciona com outros tópicos.
O novo papel do Schema na era da IA
O Schema.org evoluiu de uma ferramenta estética para um instrumento de indexação semântica e aprendizado de máquina.
Com o avanço do AI Search e do SGE (Search Generative Experience), o Google precisa entender entidades e relações, não apenas palavras-chave.
Hoje, o Schema serve para:
Contextualizar entidades: marcar autores, organizações, produtos e locais.
Treinar modelos de IA: fornecendo dados limpos e legíveis por máquina.
Fortalecer E-E-A-T: (Experience, Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness).
Reforçar conexões com fontes externas: Wikipedia, Wikidata, LinkedIn, redes sociais.
Mesmo que o snippet visual desapareça, o ganho semântico permanece — e isso é essencial para o AI-first SEO.
O erro comum dos profissionais de SEO
Muitos SEOs implementaram Schema apenas por causa do “brilho visual” no SERP.
Com o tempo, isso criou uma cultura de dependência de microformatos que não agregavam valor semântico real, mas apenas decorativo.
O verdadeiro objetivo do Schema sempre foi organizar conhecimento — não estética.
Como adaptar sua estratégia
Para quem quer continuar relevante no novo contexto, seguem as recomendações:
1. Continue usando Schema — mas de forma estratégica.
Priorize Organization, Person, Article, Product, FAQ, VideoObject e BreadcrumbList — com foco em relação entre entidades, não aparência.
2. Alinhe seu Schema ao conteúdo real da página.
Evite marcar informações que não aparecem no HTML ou que foram copiadas apenas para manipular resultados.
3. Conecte seu Schema com fontes externas.
Use sameAs e mainEntityOfPage para apontar para perfis oficiais, publicações e páginas institucionais.
4. Pense no Schema como parte da IA, não do SERP.
Em vez de otimizar para o “clique no resultado”, otimize para o reconhecimento de autoridade por agentes de IA (Google, Perplexity, ChatGPT, etc.).
5. Teste constantemente.
Use o Rich Results Test e o Schema.org Validator para validar dados e monitorar mudanças.
Conclusão
O Schema não morreu — ele amadureceu.
O Google não está matando o dado estruturado, mas sim integrando-o à base cognitiva da IA que guia o novo modelo de busca.
SEO técnico e semântico agora caminham juntos: quem dominar o Schema como linguagem de contexto, não apenas de forma, continuará visível na era da IA.





