Artigo
5 de nov. de 2025
Google errou: a forma correta de agrupar canais no GA4
Author: Rafael Lins
O agrupamento padrão de canais do GA4 está errado. Saiba por que o “Tráfego Direto” deve ser o último da lista — e como isso impacta diretamente suas métricas, relatórios e atribuição de marketing.
O agrupamento padrão de canais (Default Channel Group) no Google Analytics 4 (GA4) foi estruturado de maneira incorreta — e isso afeta diretamente a confiabilidade das métricas e da atribuição de marketing.
Por padrão, o GA4 coloca o “Tráfego Direto” (Direct) no topo da lista de canais.
Esse simples detalhe muda completamente a forma como as sessões são classificadas e pode causar subnotificação de campanhas pagas e má interpretação do desempenho de canais orgânicos.
Como o GA4 classifica o tráfego
O GA4 aplica uma lógica sequencial de atribuição baseada em “first match wins” — ou seja, o sistema verifica cada regra de canal na ordem em que aparece e atribui o primeiro canal que corresponder à sessão.
Exemplo:
Se uma visita possui parâmetros UTM válidos de campanha paga, mas a regra de Direct Traffic está acima, o GA4 pode classificar essa sessão como “Direto”.
Resultado: tráfego pago aparece como direto → relatórios distorcidos e queda na precisão da atribuição.
👉 Portanto, a ordem dos canais no agrupamento é fundamental para garantir uma leitura correta dos dados.
O problema do agrupamento padrão (Default Channel Group)
O “Default Channel Group” do GA4:
❌ não pode ser editado,
❌ coloca o tráfego direto no topo,
❌ e ignora a hierarquia lógica de prioridade entre canais pagos, próprios e orgânicos.
Por isso, confiar apenas nesse agrupamento compromete qualquer análise de performance multicanal — especialmente em ambientes com mídia paga, email marketing e automações integradas.
Como corrigir: crie um Custom Channel Group
A solução é criar um Custom Channel Group (Agrupamento de Canal Personalizado), com regras organizadas de acordo com a prioridade real de atribuição.
Essa configuração permite que o GA4 processe os canais de forma coerente e mantenha a integridade das métricas.
Ordem recomendada de canais (modelo ideal)
A estrutura abaixo reflete a lógica correta para atribuição e análise de marketing no GA4:
Paid Search (Google Ads, Bing, etc.)
Paid Shopping
Paid Social (Meta Ads, LinkedIn Ads, etc.)
Paid Video
Cross-network
Display
SMS
Mobile Push Notifications
Paid Other
Affiliates
Email
Organic Shopping
Organic Social
Organic Video
Organic Search
Audio
Referral
Direct
Essa hierarquia garante que:
Canais pagos (que envolvem investimento direto) recebam crédito corretamente.
Canais próprios (email, push, SMS) venham logo após, respeitando o controle de origem.
Canais orgânicos fiquem abaixo, refletindo influência sem custo direto.
Tráfego Direto seja o último — servindo apenas como fallback quando nenhuma outra regra é atendida.
Por que isso é crucial para análise e atribuição
Atribuição incorreta → Campanhas pagas subestimadas e canais orgânicos inflados.
Relatórios inconsistentes → Dificuldade em correlacionar investimento e retorno real.
Modelagem de funil prejudicada → Sessões diretas mascaram o comportamento de aquisição.
Perda de confiança em dados → Times de mídia e BI trabalham com números distorcidos.
Em outras palavras: o agrupamento padrão do GA4 mascara o verdadeiro impacto das suas campanhas.
Exemplo prático
Uma campanha de Google Ads com parâmetros utm_source=google&utm_medium=cpc pode ser erroneamente classificada como “Direct” se o usuário voltar dias depois sem UTM — porque a regra de Direct está antes das de Paid Search.
Ao colocar “Direct” no final da lista, o GA4 só aplicará essa categoria quando nenhuma outra condição for satisfeita — o comportamento correto para qualquer modelo de atribuição confiável.
Conclusão
O GA4 é poderoso, mas o modelo padrão de agrupamento de canais está errado.
Corrigir a ordem dos canais é essencial para relatórios confiáveis e atribuição precisa.
A forma correta é simples:
Coloque Paid Channels primeiro
Mantenha Direct Traffic por último
Assim, você transforma o GA4 de uma ferramenta confusa em uma fonte confiável de insights de marketing.





