Como corrigir tráfego “não atribuído” (unassigned traffic) no GA4 com GTM Server-Side Tagging

Saiba como corrigir o tráfego “não atribuído” no GA4 ao usar GTM Server-Side Tagging. Veja as causas mais comuns e as configurações ideais para garantir dados precisos.

É comum observar um aumento no tráfego “não atribuído” (unassigned) logo após configurar o Google Tag Manager Server-Side Tagging.

Embora essa configuração traga benefícios de performance e privacidade, há alguns efeitos colaterais que podem comprometer a atribuição de sessões e canais no Google Analytics 4 (GA4).

Neste artigo, você entenderá por que isso acontece e como corrigir de forma técnica e definitiva.

Por que o tráfego “unassigned” aumenta no GA4 com Server-Side Tagging

Os dois motivos mais frequentes para esse comportamento são:

1. O evento page_view é disparado antes do session_start

Quando a tag de visualização de página é acionada antes do início da sessão, o GA4 não consegue vincular corretamente o evento à origem da sessão.

Isso causa sessões “órfãs”, classificadas como unassigned.

2. Configurações de cookies e identificação de cliente estão definidas como “Server Managed”

No GA4 Client do contêiner Server-Side, a opção padrão Cookies and Client Identification: Server Managed faz com que a criação de cookies dependa do servidor, o que pode interromper o rastreamento de sessões entre domínios e dispositivos.

Soluções recomendadas

1. Corrigir a ordem de disparo dos eventos

Altere o Google Tag no contêiner Client-side (Web) para disparar em “All Initialization Events” em vez de “All Page Views”.

Assim, o evento session_start é disparado antes do page_view.

🧠 Essa simples alteração já resolve a maioria dos casos em que o tráfego unassigned cresce após a ativação do Server-Side Tagging.

2. Alterar o gerenciamento de cookies para “JavaScript-managed”

No contêiner Server-Side, abra o GA4 Client e ajuste a configuração:

Cookies and Client Identification → JavaScript-managed

Isso transfere a criação dos cookies de volta para o navegador, garantindo que o GA4 identifique corretamente as sessões e usuários.

Prós e contras dessa configuração

A desvantagem de usar JavaScript-managed é que alguns navegadores podem expirar os cookies prematuramente, reduzindo a persistência do identificador de usuário.

Por outro lado, manter o modo Server-managed pode gerar uma perda significativa de dados úteis, já que o tráfego “não atribuído” praticamente não tem valor analítico.

✅ Melhor decisão: priorize precisão e qualidade dos dados.

O objetivo do GA4 não é coletar o máximo possível, mas sim coletar dados confiáveis e interpretáveis para apoiar decisões de negócio.

Outras formas de reduzir o tráfego “unassigned” (mesmo sem Server-Side Tagging)

1. Use parâmetros UTM

Sempre adicione utm_source, utm_medium e utm_campaign em todas as URLs rastreadas.

2. Siga as regras de canais padrão do GA4

Crie UTMs que respeitem as definições oficiais do GA4 para que a categorização automática funcione corretamente.

3. Use o auto-tagging

Ative o auto-tagging em plataformas como Google Ads e evite perda de parâmetros.

4. Padronize fontes e meios

Sempre utilize system-defined traffic sources e mediums sempre que possível.

5. Conheça as regras de canal

Memorize (ou documente em sua governança) as definições de canais para evitar inconsistências entre campanhas.

6. Monitore parâmetros perdidos

Verifique se source e medium não estão sendo descartados por redirecionamentos, HTTPS/HTTP inconsistentes ou falhas no servidor.

7. Valide o Measurement Protocol

Sempre envie os eventos do Measurement Protocol com todos os parâmetros obrigatórios, incluindo client_id, session_id e source/medium.

8. Evite uso excessivo de triggers de audiência

Triggers complexos podem gerar eventos fora de ordem e criar lacunas de atribuição.

Conclusão

Corrigir o tráfego “não atribuído” no GA4 é uma das tarefas mais importantes para quem trabalha com governança de dados e mensuração avançada.

Com as configurações corretas no GTM Client-side e no Server-side, é possível garantir sessões coerentes, canais bem definidos e métricas precisas — sem abrir mão de privacidade ou performance.

Em resumo: