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28 de ago. de 2025
Quando a visibilidade derrota a expertise (e como argumentar com um AI Booster)
Análise crítica sobre o excesso de otimismo em IA (‘AI boosters’) e o dilema entre a busca por visibilidade viral e o valor da expertise. Insights aprofundados e baseados em referência.
Visão Geral
Dois textos recentes expõem tensões profundas na forma como estamos lidando com inteligência artificial e produção de conteúdo no ecossistema digital:
“How To Argue With an AI Booster”, de Edward Zitron, é um manifesto contra a adoção irrefletida de tecnologias de IA.
“When Expertise Loses to Virality”, de Jason, analisa como o conteúdo viral está vencendo o conteúdo especializado em ambientes digitais de atenção extrema.
Neste post, unimos os principais aprendizados de ambos para refletir sobre um cenário comum: empresas e profissionais tomam decisões de alto impacto baseadas em hype, e não em conhecimento técnico real.
1. Como argumentar com um AI Booster (Edward Zitron)
O que é um AI Booster?
É aquele evangelista exagerado da IA — normalmente um investidor, CEO ou tech influencer — que promete revoluções imediatas, apesar da falta de resultados mensuráveis em escala. Eles defendem que a IA está transformando tudo… mas com poucos dados concretos para provar isso.
Mitos que você pode desconstruir
“A IA já está substituindo empregos em massa.”
“Empresas que não adotarem IA vão falir.”
“IA resolve qualquer processo operacional.”
A realidade? Segundo um estudo do MIT citado por Zitron, 95% dos projetos de IA não entregam ROI nem escala real, sendo apenas testes isolados em ambientes controlados.
Como contra-argumentar com embasamento
Questione onde estão os cases públicos e auditáveis.
Peça métricas que sustentem as promessas.
Traga evidências de falhas de projetos passados (especialmente em atendimento, conteúdo e análise de dados).
Mostre que cautela ≠ resistência. Adotar IA sem governança técnica é muito mais arriscado do que esperar.
2. Quando a expertise perde para a viralidade (Jason)
Em plataformas movidas por algoritmo, atenção vale mais que profundidade. Mesmo conteúdos mal escritos, errados ou manipulados viralizam se gerarem engajamento. E isso mina a autoridade de especialistas de verdade.
O problema: o mais compartilhável não é o mais correto
Especialistas têm menos alcance que influenciadores com frases de efeito.
O público se informa por hype, não por domínio técnico.
Profissionais qualificados precisam competir com viralidade rasa.
A consequência: desinformação com aparência de inovação
Esse fenômeno afeta todas as áreas — de saúde a marketing, passando por tecnologia e economia. Quando a “moda” dita o discurso, boas práticas e conhecimento acumulado perdem espaço.
Conclusão
Estamos vivendo um momento perigoso em que:
A IA é vendida como solução mágica por pessoas com interesses comerciais.
A expertise técnica é eclipsada por fórmulas virais que buscam cliques.
A decisão de “seguir a onda” pode custar caro a longo prazo.
A resposta? Combinar ceticismo fundamentado, uso ético da IA, e uma comunicação clara e acessível. A revolução da inteligência artificial não está em promessas de palco, mas nas implementações testadas, seguras e sustentáveis.
Publicado por Rafael Lins – Ad Rock Digital Mkt
Consultoria especializada em automação, SEO, análise de dados e marketing digital para empresas que querem resultados com inteligência, não modismo.