Artigo

22 de out. de 2025

Prompt Injections Invisíveis: O Novo Risco na Era dos Browsers com IA

Author: Rafael Lins

Prompt injections invisíveis estão ameaçando os novos browsers com IA como Comet e Atlas. Entenda como funcionam esses ataques e por que representam um risco real para marketing, SEO e privacidade.

A striking, vibrant cinematic photo of a hacker with a bold No sign and a security shield
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Introdução

Com o avanço dos browsers agentivos, como o Comet da Perplexity e o Atlas da OpenAI, entramos em uma nova fase da navegação digital: a web sendo interpretada e executada por agentes de IA, não apenas por humanos.

Mas essa revolução traz um novo tipo de vulnerabilidade — as “prompt injections invisíveis” (unseeable prompt injections) — uma técnica descoberta pela Brave Software, que revela um vetor de ataque silencioso e potencialmente devastador.

Essas injeções exploram a forma como agentes de IA interpretam conteúdo visual ou metadados de páginas, manipulando respostas, redirecionando decisões e até extraindo dados sensíveis sem que o usuário perceba.

O que são as “Prompt Injections Invisíveis”?

Uma prompt injection é uma forma de ataque que tenta influenciar o comportamento de um modelo de linguagem (como o ChatGPT, Gemini ou Claude) por meio de instruções ocultas no conteúdo.

Mas o tipo identificado pela Brave é diferente: ele é invisível aos olhos humanos, podendo estar embutido em imagens, atributos HTML ou metadados de documentos.

Exemplo:

Um site aparentemente legítimo pode conter texto escondido em uma imagem, instruindo o agente de IA que lê o conteúdo a enviar dados confidenciais para outro domínio.

Para o usuário, a imagem parece comum.

Para o modelo, é uma ordem codificada disfarçada de pixel.

fluxo do ataque e o papel dos agentes de IA dentro do browser

Como o ataque funciona

De forma simplificada, o fluxo de ataque segue este padrão:

  1. O agente de IA acessa uma página da web (por exemplo, ao responder a uma pergunta de busca).

  2. O conteúdo da página contém instruções ocultas, imperceptíveis para humanos.

  3. O modelo lê essas instruções e as interpreta como parte do contexto do prompt.

  4. A IA passa a agir de forma manipulada — podendo:


    • Vazamento de informações do usuário (por exemplo, histórico de consultas).

    • Geração de respostas distorcidas.

    • Redirecionamento para sites maliciosos.

    • Alteração de julgamentos em comparativos de produtos, resultados ou análises.

O perigo está no fato de que o usuário nunca vê a injeção — e o agente não tem mecanismos de filtragem nativa suficientes para distinguir conteúdo legítimo de instruções maliciosas.

Por que isso é um problema crescente

Com o crescimento dos browsers agentivos, como o Comet (Perplexity) e o Atlas (OpenAI), o padrão de navegação muda drasticamente.

Esses navegadores não apenas exibem páginas, mas interpretam o conteúdo e tomam decisões baseadas nele.

Isso significa que a superfície de ataque da web se expandiu:

  • Cada consulta processada por IA é um vetor potencial de manipulação.

  • Cada imagem ou metadado pode conter código instrucional disfarçado.

  • Cada interação autônoma do browser pode acionar ações não previstas pelo usuário.

Além disso, como esses sistemas frequentemente operam em ambientes conectados a contas de usuário, CRMs, ou dados analíticos, o risco de vazamento de dados pessoais e corporativos aumenta exponencialmente.

O impacto para marketing, SEO e análise de dados

O fenômeno das prompt injections invisíveis também levanta um alerta para o mundo do SEO e marketing digital.

Imagine o seguinte cenário:

  • Um competidor injeta instruções invisíveis em seu próprio site, pedindo para que agentes de IA “priorizem” aquele domínio em resultados contextuais.

  • O agente de busca (como o Perplexity AI ou o novo SearchGPT) lê essas instruções e, sem perceber, começa a recomendar o conteúdo manipulado.

  • Resultado: posições distorcidas, citações falsas e métricas analíticas corrompidas.

Além disso, os sistemas de rastreamento de dados — como GA4 e Consent Mode v2 — podem sofrer distorções, caso agentes automáticos comecem a interagir de forma não rastreável com scripts de mensuração.

Essa tendência reforça a importância de práticas como:

  • Governança técnica de SEO (controle de schema, robots e headers).

  • Validação de dados no nível do servidor (server-side tagging).

  • Proteção de endpoints e prompts contra instruções embutidas.

Como mitigar os riscos

A Brave propõe um conjunto de medidas que devem servir de base para todos os agentes de IA e empresas que utilizam LLMs em fluxos de automação ou análise:

  1. Sanitização de inputs — validar e filtrar conteúdo de fontes externas antes de processar por IA.

  2. Separação de contexto — manter o prompt do sistema isolado do conteúdo recuperado da web.

  3. Renderização controlada — evitar interpretar atributos HTML, SVG ou metadados como texto sem verificação.

  4. Detecção de ruído semântico — usar modelos auxiliares para identificar padrões suspeitos de instrução embutida.

  5. Monitoramento ativo de agentes autônomos — registrar logs das decisões e respostas geradas a partir de fontes externas.

Além disso, usuários e empresas devem:

  • Evitar conectar agentes com acesso a dados sensíveis diretamente à web pública.

  • Implementar limites de contexto em prompts dinâmicos.

  • Treinar equipes para reconhecer o risco das injeções visuais e invisíveis.

A importância para o futuro dos agentes e browsers de IA

O surgimento de browsers autônomos, como Comet e Atlas, inaugura uma era em que as IAs não apenas consomem a web — elas a interpretam, indexam e interagem com ela.

Essa autonomia aumenta a eficiência, mas também torna o navegador um alvo de engenharia social algorítmica.

Um simples pixel ou atributo visual pode influenciar decisões, alterar resultados e comprometer ecossistemas inteiros de dados.

A Brave alerta que estamos diante de uma “nova camada de ataques invisíveis”, e que a segurança na web agora precisa considerar a interação entre humanos, IAs e conteúdo híbrido.

Conclusão

As prompt injections invisíveis representam uma ameaça de nova geração — difícil de detectar, altamente sofisticada e profundamente conectada à evolução dos browsers agentivos.

Se até hoje nos preocupávamos com cookies, scripts e rastreadores, agora o desafio é controlar o que as IAs “veem” e “entendem” ao navegar na web.

Para profissionais de marketing, desenvolvedores e analistas de dados, o recado é claro:

A segurança da informação e a governança de IA serão a base do SEO e da mensuração nos próximos anos.

Referências

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